Apresento o livro mais confuso, "educativo", "sensível" e com a capa mais bonita da minha estante!!
João, 10 anos e a mais
perigosa fuga de sua vida.
Na manhã de um dia quente, em Julho de 1948,
João Botelho
foge de casa em Lobito. Com destino a Luanda e inúmeros motivos que justifiquem
a sua fuga, João tem ainda muito que caminhar. Durante a sua longa caminhada,
João decide descansar por uns dias numa tribo. Os laços de amizade por lá
criados foram fortes, principalmente com M'nara, que se tinha tornado quase uma
mãe. No dia de partida o sofrimento pelo qual o rapaz passa ao despedir-se é
perturbador, ter que despachar todos os momentos que sabe que não lhe serão
devolvidos, mas a sua jornada continua.
[...Três anos depois...]
Este
"pequeno" jovem agora com 13 anos e depois de ter atravessado mais de
metade da sua meta, também tinha arrecadado um numeroso grupo de amigos e
aprendera novos dialetos das regiões por onde passava. Mas todo o conto de
fadas acaba porque, mal chega a Luanda é descoberto e retido numa prisão para
menores. No dia do julgamento o cônsul Inglês de uns amigos que tinha
conhecido apareceu para demonstrar que a coragem de João e a capacidade que
teve valiam ouro. O jovem não só tinha escapado como tinha sobrevivido durante
três anos na selva, as profundezas de onde desencantara toda a determinação e a
força, isso sim era importante. O cônsul apoiou o menor de uma maneira, que fez
todos no tribunal não proferirem uma única palavra. Todos aguardaram a resposta
do Juiz para aquele "sermão", mas até ele reconsiderou o caso do
João. O futuro do rapaz estava agora na decisão da mãe, em Lobito.
Não divulguei o verdadeiro motivo da partida de João, pois isso só o livro desvendará.
Ainda agora penso no livro, é um autêntico reality show, não por ser falso mas por ser confuso. A história é muito dependente do tempo, isto é, o autor mistura o Passado, o Presente e o Futuro na mesma frase sem alertar para esses acontecimentos. O desafiador princípio (moral) do conto sensibilizou-me e ensinou-me que todos temos motivos para justificar os nossos atos.
Não importa a idade, existem sempre pretextos.
"O tempo que dispomos para viver a aventura da vida não se compadece com a urgência dos nossos anseios nem com o fim das nossas angústias!"
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